É irônico quando se critica algo e esse algo acaba acontecendo com você, não? Estou ficando seriamente preocupada com um possível linchamento contra a minha pessoa.

Acontece que eu sempre critiquei professores que escolhem alunos preferidos e, pior ainda, não tem nem o tato de esconder. Felizmente, devido a minha constante vontade de ser invisível aonde quer que eu vá, odiando se, por alguma razão, o as atenções recaem sobre mim, eu nunca antes fui “a queridinha do professor”. (in)Felizmente eu gosto e me interesso por arte e neste semestre da faculdade encontrei um professor dessa matéria que não só sabe muito do assunto, como também é uma biblioteca humana de filmes e livros. Como compartilhamos dos mesmos interesses, eu e uma amiga fomos pedir dicas de livros e filmes para ele. A partir daí viramos o “trio best friend”, como disse uma colega de sala. E é isso mesmo que me preocupa. Por alguma razão que foge ao meu entendimento, aquele homem me chamou de “intelectual barra-pesada” (Grande pausa aqui para uma gargalhada: hAUHauhauHUAhuAHUAhuHAUHauhaUHAu) e agora adotou a mim e a minha amiga como suas queridinhas. Posso dizer, com toda certeza, que, apesar de me interessar sobre esses assuntos, sei muito pouco e estou anos-luz longe de ser uma intelectual (quanto mais barra-pesada). Sinceramente, eu gosto desse professor e fico feliz de ter alguém que me dê boas indicações, mas é realmente desconfortável ver a diferença de tratamento dele para com os alunos. E eu acho que as outras pessoas também não estão gostando, o que nos leva a questão do linchamento.


Agora, deixemos meus exageros de lado.


Hoje eu estava assistindo vídeos da série Power of Art, da BBC. Resumindo minhas impressões sobre o que eu vi: Caravaggio era um ser barroco dividido entre sua fé e seu instinto violento, Bernini se achava o último biscoito do pacote (bem, não podemos negar que ele tinha motivos...), o pobre Van Gogh era um incompreendido com uma vocação para a loucura e Rembrandt... bem, ainda não terminei de ver esse. Engraçado que foi um dos quadros, justamente, de Rembrandt que me chamou a atenção. O quadro é
Sansão e Dalila, a imagem do começo do post. Não me proponho aqui a analisar a obra em seus aspectos técnicos, até porque não me julgo qualificada para tanto. O que acontece é que minha cabeça e suas idéias de girico acabaram fazendo uma associação entre quadro e a música Samson de Regina Spektor. Eis o porque da minha associação (i)lógica: Os artistas costumavam retratar Sansão como um ser musculoso e nu, exaurido após ter relações sexuais com Dalila. Rembrandt por sua vez, o retrata vestido e mesmo assim consegue deixa-lo com uma aparência mais frágil e vulnerável, ao contrário do que se poderia pensar. A energia da pintura se concentra no laço que une Sansão a sua amada traidora e ao seu destino eminente. Dalila, por sua vez, ergue um dos cachos de Sansão, pronta para cortá-lo. Ao mesmo tempo, com a outra mão, acaricia de forma preguiçosa o cabelo do homem adormecido. Foi justamente este gesto que me fez lembrar a música.

You are my sweetest downfall / I loved you first / Beneath the stars came falling on our heads / But they're just old light / Your hair was long when we first met / Samson came to my bed / Told me that my hair was red / Told me I was beautiful and / Came into my bed / Oh I cut his hair myself one night / A pair of dull scissors in the yellow light / And he told me that I'd done alright / And kissed me till the morning light

A seguir está a música, para quem se interessar:



Eu sempre gostei da história de Sansão e Dalila (não que isso venha ao caso, mas minha cachorra se chama Dalila) e nunca engoli muito bem essa coisa de Dalila ser uma traidora totalmente desalmada. Para mim ela realmente amava Sansão. Não sei, talvez seja porque eu fico triste pensando no pobre iludido Sansão... enfim, onde eu quero chegar com tudo isso é que tanto o quadro quanto a música me deram a impressão de que realmente existia amor e que de alguma forma a história foi mal contada...

Esses, claro, são apenas devaneios de uma pessoa desocupada (nem tanto) que não tem base nenhuma para afirmar o que disse. O que prova que eu não sou intelectual.


Pois é, eis que me deu na telha fazer um blog… vamos ver se esse não cairá no esquecimento a exemplo de seus antecessores...

Acho que, nesse mundo louco onde ninguém tem tempo para nada, é bom ter um lugar para parar e falar o que der vontade, mesmo que ninguém leia XD

Então é isso ai. Em breve posts com mais conteúdo (ou não...).