O apagão acabou...

Pois é ... a CIENTEC acabou. As luzes acenderam e o elevador voltou a se mover (se você não entendeu, leia o post anterior. Talvez você entenda, talvez não). Ando sem tempo para nada e só tenho pensado em trabalhos. Infelizmente. O blog vai continuar abandonado por mais um tempinho até essa avalanche de trabalhos acabar, só estou aqui porque eu prometi à uma amiga que iria postar sobre Os Cavalos de Netuno de Walter Crane.
Eu estou com um monte de material que vai do Gótico até o Romantismo, graças à caridade do professor que disponibilizou tudo no computador da faculdade. Ainda bem que ele fez isso, eu não teria a paciência (nem a capacidade) de juntar tanta coisa.
Enfim, voltando aos "cavalos". O movimento ao qual este quadro pertence é o Simbolismo, que é um estilo que tem profundas raizes no Romantismo. Como vocês devem ter percebido, os cavalos enfurecidos e desenfreados fazem uma analogia com a força incontrlável da "rebentação" das ondas. Não é novidade utilizar cavalos como símbolo de força, mas, na minha opnião, a forma como esse simbolismo foi explorado neste quadro foi bastante original. Crane utilizou o mesmo cavalo em estágios diferentes do galope, em sequência, dando movimento a onda (se não me engano, ele baseou-se em fotografia).A seguir, um detalhe do quadro: percebam como os cavalos lembram a espuma que se forma na crista das ondas.

Rodin, um artista impressionista, afirma em seu livro L'Art [A Arte] (1991): "o artista é verdadeiro e a fotografia mentirosa, pois na realidade o tempo não para". Observe essas fotografias em sequência do galope de um cavalo e depois compare com o quadro de Crane.

Agora eu pergunto: qual deles captou a emoção e a intensidade do galope? Não sei quanto a vocês, mas para mim, o que Rodin falou faz muito sentido. A fotografia capta o cavalo em diversas posições que fazem sentido em sequência, mas, quando isoladas, o animal não parece estar galopando. Está certo que Crane utilizou os cavalos também em sequência, mas isso se deve, no caso, à proposta do quadro de mimetizar uma onda. Se você olhar separadamente os cavalos de Crane, ainda assim, conseguirá perceber que eles estão galopando.

Gostaria de me lembrar de mais coisas sobre o quadro, mas parece que o sono não vai deixar. Perdôem o post mal escrito, mas eu realmente estou capengando aqui (deve ser o remédio para dor de cabeça que eu tomei... bem que na bula avisava sobre uma possível sonolência). Até breve, eu espero.

P.S.: O template novo está passando por uns probleminhas... vamos ver se o site ajeita logo...

2 Responses
  1. Flofa Says:

    E eu sou a famosa amiga, tá gente? (Ou não? '-' uahuahuahuhau...)

    O quadro é muito lindo *_*. Adorei sua análise, e também acho que Rodin tinha razão. Não tem sentimento nessas fotografias, como vejo no quadro. Tipo, cara, os cavalos quase têm expressões!

    Mas uma fotografia, quando bem feita e tal, também pode expressar emoções. Tudo depende do ângulo, do foco, da composição etc, assim como em um quadro ou desenho. A vantagem é que podemos também usar as cores e inventar novas formas, no segundo caso, enquanto estamos presos a um quadrinho e uma lente, quando fotografamos. Na verdade, por causa disso, não sei qual o mais difícil de lidar XD.

    Desculpa a demora pra postar, mas eu, assim como você, estou entupida de coisas pra fazer >.<.

    Beijão! ;****


  2. O Negócio é que no caso da fotografia não é só a questão da emoção. Um artísta pode, por exemplo, representar um cavalo em um movimento ambíguo onde a parte da frente encontra-se em um momento do galope e a parte de trás em outra dando a idéia de galope em uma única imagem, sabe? Coisa que uma fotogragia nunca vai conseguir =P

    Obrigada pelo comentário gata, e sim, você é a famosa amiga :P
    Post em sua homenagem!